A EXPOSIÇÃO INVISÍVEL

Longe de afirmar como uma retrospetiva da chamada “arte sonora”, A Exposição Invisível propõe um percurso por algumas das mais significativas obras de artistas que, não tendo no som o seu meio de expressão exclusivo, ou mesmo preferencial, a ele recorreram para propor ao espectador experiências que tomam a audição como sentido predominante.

Como seria de esperar, as vozes dos próprios artistas – o seu instrumento sonoro por excelência – têm aqui uma presença transversal: através delas estabelecem-se narrativas (The Anchor Stone, de Joan Jonas), exploram-se os limites da poesia (Poèmes Phonètiques, de Raoul Hausmann), comanda-se a imaginação (Tribu, de Julião Sarmento) ou prescrevem-se comportamentos (Luisa Cunha ou James Lee Byars). Pese embora a constante presença da voz, a exposição oferece inúmeros outros momentos onde o som sai desse domínio para sublinhar a noção da passagem do tempo (One Million Years, de On Kawara), para sinalizar ações disruptivas ou insondáveis (Working Title (Digging), de Ceal Floyer ou FlexoTan, de Pedro Tudela), para ouvir o futuro (Parsifal 1882-38.969.364.735, de Rodney Graham), para percorrer um espaço que não está lá (Escutura, de Laura Belém) ou para sentir os fantasmas que habitam as salas da Culturgest (Diplopias, de Ricardo Jacinto).

Em larga medida, esta exposição aparenta estar vazia. A sua visita comprovará, contudo, que o som é o instrumento preferido da sinestesia, a ferramenta ideal da sugestão e dessa incrível capacidade que temos de transformar estímulos sonoros em gatilhos para a produção de imagens e de outras perceções somatizadas.

Como complemento à convivência de instalações sonoras e de peças mais intimistas para serem ouvidas com auscultadores, a exposição inclui ainda um conjunto de momentos singulares a ocorrer noutros espaços, dentro e fora da Culturgest. Através destes poderemos acompanhar propostas recentes dos portugueses Ricardo Jacinto (concerto-instalação MEDUSA Unit, na Garagem da Culturgest, no dia 29 de novembro) e Jonathan Uliel Saldanha (instalação áudio multicanal Swarming Decay, nas Carpintarias de São Lázaro, de 26 de novembro a 10 de janeiro). Poderemos ainda testemunhar ao vivo, e numa oportunidade rara, a versão para concerto de A Man in a Room, Gambling, originalmente concebida por Gavin Bryars e Juan Muñoz, num concerto de Gavin Bryars com o Quarteto Lopes-Graça, no Grande Auditório da Culturgest, a 29 de outubro.

Luisa Cunha

Robert Barry

Luigi Russolo

Raoul Hausmann

Filippo Tommaso Marinetti

Kurt Schwitters

On Kawara

Ceal Floyer

Julião Sarmento

Pedro Tudela

Rodney Graham

Laura Belém

Maria Thereza Alves + Jimmie Durham

Joan Jonas

Joseph Beuys

Tacita Dean

Gonçalo Barreiros

Juan Muñoz

Bruce Nauman

Ricardo Jacinto

António Dias

Michael Snow

James Lee Byars

Jonathan Saldanha  

DIÁLOGOS INVISÍVEIS

#1

UMA CONVERSA ENTRE 

DELFIM SARDO E BRUNO MARCHAND

#2

UMA CONVERSA ENTRE 

LUÍS TRINDADE E PEDRO FÉLIX

 

#3

UMA CONVERSA ENTRE 

ALICE FERRA SILVA E FRANCISCA DUARTE

FICHA TÉCNICA

Programação de Artes Visuais
Bruno Marchand

Curadoria
Delfim Sardo

Direção de Produção
Mário Valente

Produção
Sílvia Gomes
Fernando Teixeira
António Sequeira Lopes

Montagem
João Cerdeira
Daniel Fernandes
Miguel Ferreira
Marco Lopes
Xavier Ovídio
Pedro Palma
Fabrício Soares

O nosso agradecimento especial a todos os artistas participantes e às instituições, galerias e colecionadores que cederam obras e permitiram a realização desta exposição

Coleção de Arte Fundação EDP, Lisboa
Coleção Teixeira de Freitas, Lisboa
Estate of Juan Muñoz
Esther Schipper Gallery, Berlim
Fundação Leal Rios, Lisboa
Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
Galeria Athena, Rio de Janeiro
Galeria Vera Cortês, Lisboa         
Konrad Fischer Galerie, Düsseldorf
Lisson Gallery, Londres
MACBA, Barcelona
MARCO, Vigo  
Michael Werner Gallery, Nova Iorque e Londres            
Sperone Westwater Gallery, Nova Iorque
ZKM, Karlsruhe

Colaboração
Carpintarias de São Lázaro, Lisboa         

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