Entre o tempo
e a finitude

"O ambiente do Café, as sensações e as perguntas que ele me provoca, como o gatilho para discutir o tempo e a esperança. O nome Cafezinho vem de um desejo de que seja uma obra despretensiosa, convidativa e que proporcione uma experiência proximal. Longe da magnitude do Café Müller, o espaço não terá contornos, aberto à fantasmagorias diversas e multiculturais, podendo juntar formas divergentes de celebrar vida e morte."

Gaya de Medeiros

Gaya de Medeiros leva-nos a Cafezinho, uma performance de construção poética sobre a relação de cinco performers - entre os 23 aos 61 anos - com o tempo e a finitude. 
Tal como Gaya, pensámos sobre cafés e lugares de encontro, proximidade e conversas livres e despretensiosa. Acabámos a recordar todas as cenas de filmes que nos vieram à memória. Neste microsite revisitamos esses filmes e descobrimos os sons que dão forma à peça Cafezinho.

 

> O Projeto Invisível #8 / 7. Revisitar Café Müller, de Pina Bausch
É impossível ouvir falar em Café Müller, e não nos lembrarmos imediatamente de Pina Bausch? O espetáculo inspirou uma imensa quantidade de artistas e agora é a vez de Gaya de Medeiros Em Cafezinho, Gaya de Medeiros propõe uma reflexão profunda sobre o tempo, a finitude e aquilo que desejamos que sobreviva. Com um elenco multigeracional, entre os 23 e os 61 anos, o espetáculo vai além das ideias espelhadas em Café Müller, de Pina Bausch, explorando novas formas de reconstrução e transformação. O que se ouve e se vê neste espetáculo de dança não é uma repetição, mas uma reinvenção que convida a olhar o tempo de frente. Quais são as sonoridades deste espetáculo?
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.
Ensaios de Cafezinho © Iolanda Pereira.

"Imaginei um café ou clube de jazz, onde figuras pudessem se entrelaçar, falar, rir… dançando e sucumbindo em suas próprias vidas, mas à procura de alguma esperança. Com três músicos criando melodias que brincam com temporalidades e estilos, onde pessoas especiais pudessem se encontrar: Helena Baronet de 27 anos, atriz de ascendência moçambicana e Paulina Santos, solista da companhia nacional de bailado com 50 anos, ou ainda, Ricardo Almeida, compositor de 22 anos e Chico Rebelo, baixista consagrado de 61 anos. Para mim, seria impossível pensar nesse universo sem a presença de pessoas que estivessem a vivenciar o processo de envelhecimento."

 

Gaya de Medeiros

Cenas de cafezinhos

Bande à part (1964), de Jean-Luc Godard.
Tangerine (2015), de Sean Baker.

Excertos de Boulangère de Monceau (1963), La Carrière de Suzanne (1963), Nadja à Paris (1964), La Collectionneuse (1967), Ma Nuit chez Maud (1969), Le Genou de Claire (1970), L'Amour l'après-midi (1972), La Femme de l'Aviateur (1981), Pauline à la plage (1983), Les Nuits de la pleine Lune (1984), Le Rayon vert (1986), L'Ami de mon amie (1987), Bois ton café (1986), Quatre Aventures de Reinette et Mirabelle (1987), Conte d'été (1996), Les Rendez-vous de Paris (1995), de Éric Rohmer.

Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino.
Twin Peaks (1990), de David Lynch, Mark Frost, Harley Peyton.
Nasty (1986) - Janet Jackson
Coffee and Cigarettes (2004), de Jim Jarmusch.
Vivre Sa Vie (1962), de Jean-Luc Godard.
In The Mood For Love (2000), de Wong Kar-Wai.
Taxi Driver (1977), de Martin Scorsese.
When Harry Met Sally (1989), Rob Reiner.
A Comédia de Deus (1995), de João César Monteiro.
Girl, Interrupted (1999), de James Mangold.
Trainspotting (1996), de Danny Boyle.

Sobre Gaya de Medeiros

Gaya de Medeiros é bailarina, atriz e encenadora. Já trabalhou com diversas coreógrafas e encenadores em Portugal. No cinema, protagonizou a curta Um Caroço de Abacate, de Ary Zara, premiada em diversos festivais. Criou os espetáculos Atlas da Boca (2021), BAqUE (2022), Pai para Jantar (2023) e Cafézinho (2024), que já viajaram por mais de 15 países e 26 cidades. Fundou a BRABA.plataforma, que visa apoiar, viabilizar e financiar iniciativas protagonizadas por/direcionadas para a comunidade trans e não binária. 
FICHA TÉCNICA

FOTOS
Iolanda Pereira

EDIÇÃO
Carolina Luz

REVISÃO DE CONTEÚDOS
Catarina Medina

DESIGN E WEBSITE
Studio Macedo Cannatà & Queo