Como dar vida aos desejos que ficam por concretizar?
Quando o pai de Tiago Rodrigues adoeceu, a voluntária Teresa visitava-o frequentemente no hospital. O pai sempre odiou iogurte, mas, no hospital, passou a comer porque fazia parte da sua dieta. Um dia, o pai pediu um caderno e uma caneta para escrever as suas memórias. Após a sua morte, Tiago encontrou apenas rabiscos.
A partir desse caderno, e da voluntária Teresa, Tiago escreveu No Yogurt for the Dead, sobre uma voluntária e um homem prestes a morrer. Nos ensaios do espetáculo, Beatriz Brás lê uma reportagem de Rogério Rodrigues sobre Teresa Torga, enquanto Manuela Azevedo canta "Teresa Torga", de Zeca Afonso, numa versão para espetáculo de Hélder Gonçalves, tocada ao vivo por Hélder Gonçalves.
Para ouvir n'O Projeto Invísivel, a revista sonora da Culturgest.
«(…) a expressão de um desejo colectivo tão velho como a humanidade: escapar à morte, ou então ressuscitar, reencarnar, sobreviver-lhe. A expressão colectiva de um desejo colectivo, melhor dizendo, porque para que este pai ressuscitasse foi preciso trazer também a mãe, o irmão, a avó, o avô; o tio que morreu na Guerra Colonial, o outro que não lia com os olhos mas com os dedos; Amália, Camões, Jacques Brel, José Afonso, Teresa Torga; Beatriz Brás, Lisah Adeaga, Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves. Jornalistas, empregados de café, bandidos, políticos, gente generosa, gente duvidosa. Os vivos, os mortos. Como num funeral, só que antes.»
Inês Nadais, Público
FICHA TÉCNICA
FOTOGRAFIAS
Michiel Devijver
EDIÇÃO
Carolina Luz
REVISÃO DE CONTEÚDOS
Catarina Medina
DESIGN E WEBSITE
Studio Maria João Macedo & Queo
NO YOGURT FOR THE DEAD É UMA PRODUÇÃO NTGENT
Coprodução Culturgest Lisboa, Wiener Festwochen, Piccolo Teatro di Milano – Teatro d’Europa.
Inserida na série Histoire(s) du Théâtre, concebido e programado por Milo Rau.