Bestiário | Galeria
Bestiário
Entro na Galeria, vejo uma maçã vermelha no chão. Lembro-me do John Lennon a trincar uma igual, que era objeto artístico na exposição da sua futura mulher, Yoko Ono. Ao relembrar esta história penso que a maçã no chão só pode ser uma obra de arte e não me atrevo a questionar nem, muito menos, a mudá-la de sítio.
Uma rapariga amontoa maçãs vermelhas – iguais às que eu encontrei – e cria uma montanha com elas. Será ela a artista ou a curadora? Nem uma nem outra, porque a mediadora, que conduz a visita, não lhe presta atenção. Mas o que estará a rapariga a fazer afinal?
Um rapaz tem uma régua e mede a distância entre ele e as obras de arte. Será ele o artista ou o curador? A mediadora continua, não lhe dando importância. Será que eu estava errada e ele é apenas um transeunte?
Ouço um som ténue. Recorda-me música de elevador.
O segurança aproxima-se da mediadora. “Nesta exposição, pela especificidade das obras, não é adequada a presença de crianças”, diz.
Saímos dali apressadamente.
Direção artística e dramaturgia
Teresa Vaz
Assistência de direção artística e dramaturgia
Miguel Ponte
Criação e interpretação
Afonso Viriato, Joana Campelo, Mariana Barros e Sofia Freitas Abreu
Podcast
Helena Caldeira e Jorge Albuquerque
Curadoria teórica
Bruno Marques
Figurinos
Isabel Brissos
Espaço cénico
Tainah Ramos e Yago Barbosa
Espaço sonoro
Miguel Sobral Curado
Produção
Diana Almeida
Assessoria de comunicação
Helena Marteleira
Design gráfico
Sérgio Condeço
Vídeo
droid.ID
Fotografia
Jorge Albuquerque
Tesouraria e contabilidade
Francisco Pisco
Agradecimentos: Beatriz Sousa, Bruno Marchand, David Erlich, Fernando Teixeira, Joana Araújo, João Belo, João Sousa, Lúcia Marques, Manuela Fialho, Nuno Bernardo, Raquel Ribeiro dos Santos
Coprodução: Fundação CGD - Culturgest
Apoio: Biblioteca de Marvila, Largo Residências, República Portuguesa - Ministério da Cultura