Arts As Form Of Resistance
Arts As Form Of Resistance
Moderation: Francesca Negro
The term creolisation refers to cultures originatingfrom the unexpected meeting of differentpeoples in compact spaces, under unequal power dynamics. Negotiation, compromise,resistance, collaboration, innovation, and improvisation characterise the exchange processesthat will follow. In his book Poetics of Relation, Édouard Glissant proposes that we look at processes like the creation of worlds, which come about through interdependent relationships and mean new ways of striking a balance and new socio-cultural stages. Glissant's poetics is based on the idea of being not as an absolute and finished entity, but as a product and creator of relationships: an essence that unites and connects people. Unlike an identity modelled on the Platonic idea of the One, Glissant proposes a rhizomatic identity, which recognizes the existence of multiple roots and where the real richness of being resides.
Based on these concepts, our aim is to reflect on the role of the arts as a form of resistance, coexistence, rootedness and cultural affiliation.
02 JUN 2025
MON 19:00
Free admission*
Duration 2h
*By pre-booking or collecting your ticket 15 minutes before the event (limited to the venue's to capacity).
On the day of the event, pre-bookings that have not been collected will be made available 15 minutes before the start of the event.
In English and Portuguese.
BIOGRAFIAS
Ananya Jahanara Kabir
Professora de Literatura Inglesa no King’s College London, Ananya Jahanara Kabir pesquisa a intersecção do texto escrito com outras formas de expressão cultural em atos de memorialização e esquecimento coletivos. Através de uma bolsa avançada do ERC (2013-2018), liderou ‘Modern Moves’, uma investigação interdisciplinar sobre dança social e música de herança africana. Pelo seu trabalho inovador na área das humanidades, recebeu o Prêmio Infosys Humanidades (2018), concedido pela Infosys Science Foundation, Índia, e o Humboldt Forschungspreis (Prêmio Humboldt, 2018), concedido pela Alexander von Humboldt Stiftung, Alemanha. Atualmente dedica-se à escrita duma nova monografia: “Alegropolitics: Connecting on the Afromodern Dance Floor”. Os seus mais recentes projetos de pesquisa exploram ainda mais profundamente os conceitos de crioulização transoceânica através da produção cultural nos mundos do Atlântico e do Oceano Índico. Trabalha movendo-se entre idiomas e gêneros e desde longa data interessa-se pelo papel do prazer na flexibilização das políticas de produção cultural desde o período medieval ao pós-colonial.
Dino de Santiago
Cantor e compositor musical. Alcançou o sucesso com uma produção inteiramente virada pela valorização das suas origens culturais cabo-verdianas. A sua produção alcança uma visibilidade e um sucesso internacional com o álbum Kriola, em 2020, recebendo os elogios da revista Rolling Stone, da Complex e da Folha de São Paulo, o prémio EMT EMA na categoria de Best Portuguese act em Portugal e três prémios Play Vodafone para Melhor Album, melhor canção e melhor artista masculino.
Fundador do projecto Lisboa Criola, em 2021 foi considerado uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes pela MIPAD (Most Influential People of African Descent) e em 2023 uma das 50 figuras que podem vir a definir o futuro de Portugal.
Dino D’Santiago é também um ativista pelas causas sociais sendo participante em vários projectos pela equidade e igualdade social.
O governo português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural “em reconhecimento pelo contributo dado à criação musical em língua portuguesa e à sua projeção no mundo”. Foi destacado pela revista Forbes como figura Vozes da Lusofonia 2023 no domínio cultural pelo seu desempenho para uma maior igualdade e diálogo cultural entre os povos da língua portuguesa.
Francesca Negro
Investigadora independente em Literatura Comparada e Artes Performativas. Trabalhou na Universidade de Lisboa como Professora Convidada de Estudos Inter Artísticos e Comunicação Intercultural, é autora do livro Deuses em Cena. A teatralização das danças religiosas de origem africana em Cuba (Colibrí, 2019), e editora e co-editora dos volumes Público/Privado. O deslizar de uma fronteira (Húmus, 2015) e Marcel Proust em Busca da Arte (Húmus, 2023). É também bailarina e as suas pesquisas mais recentes estão relacionadas com as formas orais e corporais de memorialismo e novas leituras do Mediterrâneo como lugar de crioulização cultural.
Roberto Francavilla
Roberto Francavilla é professor de Literatura Portuguesa e Brasileira na Universidade de Gênova. Foi também professor da Universidade de Siena e visiting professor da Universidade de Macau e da UNESP em São Paulo. É editor da Igarapé - coleção de estudos sobre as Américas - coeditor de Da Ocidental Praia (coleção de poesia portuguesa), membro fundador da AISPEB (Associação Italiana de Studos portugueses e brasileiros), da Jacaranda (Associazione de estudos Brasileiros) e do CRIAR (Centro Interuniversitário sobre as Américas Românicas).
Tradutor de Fernando Pessoa, Clarice Lispector, João Guimarães Rosa, José Cardoso Pires, Chico Buarque, Hilda Hilst, Gonçalo M. Tavares entre outros. Dá seminários regulares sobre a teoria e a prática da tradução literária. Escreveu livros e artigos nas áreas da Literatura Portuguesa e Comparada, com especial atenção à análise das relações entre literatura, censura e poder político, literatura e memória, e ainda com particular atenção à relação entre literatura e música. O seu último ensaio intitula-se Quel che il mare non vuole – Letteratura e paesaggio in Portogallo (2023) e o seu último livro é a edição italiana de No reino da Dinamarca de Alexandre O’Neill.
Foi organizador do volume sobre as literaturas africanas de língua portuguesa - Le letterature africane in lingua portoghese -, do projeto de tradução Chão de Oferta de Ruy Duarte de Carvalho, autor da introdução do volume La parola africana, já em 1998, e também coordenador da antologia de poetas cabo-verdianos: Isole di poesia, em 1999. Foi um dos primeiros a difundir a cultura africana de língua portuguesa na Itália e a incluí-la nos programas universitários, contribuindo para a legitimação das culturas africanas de língua portuguesa dentro das instituições educativas.
No campo criativo é autor dos projetos Hotel Sodade e Abri os olhos e não havia nada (com o fotografo Filippo Romano). Publicou muito recentemente o romance Città Senza demoni, uma anímica identificação com a figura de Clarice Lispector, e uma reconstrução literária de uma parte da vida da autora ucraniano-brasileira.
Organisation
Centro de Estudos comparatistas, FLUL – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Mesa Redonda integrada no projeto Islands Of Resistance – Intersecting Artes and Cultures in the Oceans apoiado pelo King's College London