COMO PODEMOS MUDAR?

Eu mudarei, tu mudarás, ela mudará...

Nós mudaremos?

Lançamos a provocação: se apregoamos que a mudança começa connosco, quando é que essa mudança, esse "eu", se transforma num "nós" e num "eles"? No ciclo MUDAR - Conferências Fidelidade na Culturgest - trazemos para cima da mesa, nos dias 26 e 27 de outubro, o debate em torno das alterações climáticas e das diversidades e da inclusão. 
No microsite dedicado ao ciclo abordamos as alterações climáticas e desvendamos o trabalho desenvolvido por algumas organizações representadas nas conferências.

Alterações climáticas: o que está por fazer?

 

As consequências das alterações climáticas já são nossas conhecidas. Embora os cientistas registem um aumento global da temperatura da superfície terrestre desde 1906, nos últimos anos os fenómenos climáticos extremos passaram a estar cada vez mais presentes no nosso quotidiano.

Apesar destas transformações se registarem há varias décadas, o Parlamento Europeu declarou, em novembro de 2019, Emergência Climática. Reduzir em 55% a emissão de gases para a atmosfera até 2030, atingir a neutralidade climática até 2050 são metas que integram o Pacto Ecológico - um conjunto de medidas para garantir que as políticas em matéria de clima, energia e transportes sejam capazes de reduzir as emissões de gases para a atmosfera.

Face a esta realidade, que respostas estamos a dar?

Alterações Climáticas 101 com Bill Nye | National Geographic

New Climate Institute for Climate Policy and Global Sustainability tem vindo a trabalhar em conjunto com empresas e organizações na implementação de medidas de combate às alterações climáticas adequadas às lógicas de trabalho das mesmas. A investigação, a conceção de políticas e partilha de conhecimentos são as fases de trabalho desenvolvidas pelo Instituto, cujo financiamento advém de projetos de investigação.

Entrevista a Valerie Keller, co-fundadora da IMAGINE, pelo ativista Hakeem Kae-Kazim.
Valerie Keller sobre o sucesso de empresas alinhado com a problemática das alterações climáticas.

Considerações sobre economia e alterações climáticas

"A expressão «crescimento económico» é hoje um conceito tão comum que é difícil pensar numa era em que as duas palavras não estivessem associadas. Um pouco por todo o mundo um exército de economistas vai seguindo as fortunas de companhias e nações com a emoção com que outros assistem a um jogo de futebol. Vamos aprendendo ao longo dos anos que qualquer crescimento nacional abaixo de 3% ao ano deve ser considerado «mau». Ainda que nos países mais ricos algo próximo dos 2% seja cada vez mais considerado «aceitável», ainda que não «bom». E poderia alguma vez ser o crescimento «não-económico»? Segundo Herman Daly, um dos economistas mais originais das últimas décadas, a resposta é «sim». De forma simplificada, o crescimento é dito «não-económico» se os benefícios devidos ao aumento de produção forem inferiores aos custos sociais ou ecológicos que levaram a esse aumento. Ora estes custos sociais e ecológicos são quase sempre muito mais difíceis de quantificar do que o volume de bens e serviços produzidos. Logo são quase sempre desprezados pela maioria dos economistas, que ainda continuam a operar num imaginário em que os recursos naturais são, para todos os propósitos práticos, considerados infinitos, e as sociedades humanas infinitamente moldáveis e adaptáveis.
Como comparação, podemos pensar no crescimento como mero aumento material, que num ser humano pode ser contabilizado pela ingestão de calorias. Sabemos que existem valores mínimos de consumo que é necessário manter para a sobrevivência do indivíduo e existem valores óptimos para que se tenha um bom nível de saúde. A partir daí, desse valor, um aumento no consumo de calorias pode levar ao aumento do colesterol, a problemas de obesidade, eventualmente a problemas cardíacos e respiratórios. Ou seja, um crescimento não-económico, que causa mais males do que benefícios."

Luís Fazendeiro (2019), Quando não há Plano B

Dia 27 de outubro, discutimos o tema Diversidades e Inclusão. Que projetos vão ser apresentados? Que trabalho têm vindo a desenvolver? Desvendamos os casos do Instituto das Meninas Negras, Manicómio e do Prémio Fidelidade Comunidade.

"Comecei a perceber que era a única menina negra em todos os lugares a que ia e isso começou a incomodar-me muito. Comecei a pensar o que é que eu poderia fazer para mudar essa realidade?”

Isabelle Christina - fundadora do Instituto Meninas Negras
Instituto Meninas Negras | Isabelle Christina.
Manicómio | Sandro Resende

“[Manicómio] É um espaço criativo de pessoas que nunca tiveram oportunidade ou que sempre foram estigmatizadas pelo facto de terem uma doença mental."

Sandro Resende, fundador do Projeto Manicómio

"Centramos sempre na pessoa. O que é que Anabela é? O que é que a Anabela quer fazer? O que é a Anabela como artista? E depois, por fim, atacamos a doença. As pessoas vão deixando de precisar de nós, somos uma espécie de muleta. Começam a trabalhar mais em casa e a ser mais autónomas."

Sandro Resende, fundador do Projeto Manicómio

“O CRIF fez-me ter uma visão nova da minha vida, sendo que eu tinha uma vida normal, como as outras pessoas pessoas tinham, mas agora não posso ter por causa da minha doença. O CRIF tem me ajudado na parte sensorial e na parte motora".

Verónica Batista - Beneficiária
Testemunho do CRIF (Centro de Reabilitação e Integração de Fátima) | Prémio Fidelidade Comunidade.
Testemunho da SPEM (Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla) | Prémio Fidelidade Comunidade.

“Foi uma boa iniciativa por parte da SPEM, porque eu estava em casa, vim fazer uma coisa que eu nunca tinha feito na vida que foi trabalhar na costura. Achei bastante interessante. O facto de ter uma bolsa foi também aliciante, foi juntar o útil ao agradável."

Rute Feio - Beneficiária
© Pedro Jafuno
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© Pedro Jafuno

Falar de diversidade e inclusão em Portugal

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género criou a plataforma RIIG (Rede de Indicadores para a Igualdade de Género) para trabalhar em rede com empresas e instituições públicas no mapeamento de vítimas, indicadores de desigualdade de género por município e outras informações sobre tráfico humano e comunidade LGBTI+.
A Women(Do)Business tem trabalhado no desenvolvimento de uma base de dados de negócios detidos por mulheres, com atuação em Portugal, disponibilizando informações a outras instituições sobre o trabalho desenvolvido. O objetivo passa por reunir e dar a conhecer a outras instituições negócios detidos por mulheres.
Por meio do Prémio Fidelidade Comunidade a CERCIMARANTE conseguiu continuar o trabalho de capacitação de pessoas com deficiência ou incapacidade para a empregabilidade através de a criação de num negócio social de catering. O mesmo prémio permitiu a CERCIZIMBRA a criar negócio social de prestação de serviços de apoio ao turismo (nomeadamente, lavandaria, limpeza e entrega de chaves) a serem realizados pelas pessoas com deficiência ou incapacidade.
FICHA TÉCNICA
MICROSITE

IMAGEM
Erik Hansman, Ryoji Iwata, Spencer Davis.

VÍDEO
Joana Linda

EDIÇÃO
Carolina Luz

REVISÃO DE CONTEÚDOS
Helena César

DESIGN E WEBSITE
Studio Macedo Cannatà & Queo

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