"O ambiente do Café, as sensações e as perguntas que ele me provoca, como o gatilho para discutir o tempo e a esperança. O nome Cafezinho vem de um desejo de que seja uma obra despretensiosa, convidativa e que proporcione uma experiência proximal. Longe da magnitude do Café Müller, o espaço não terá contornos, aberto à fantasmagorias diversas e multiculturais, podendo juntar formas divergentes de celebrar vida e morte."
Gaya de Medeiros
Gaya de Medeiros leva-nos a Cafezinho, uma performance de construção poética sobre a relação de cinco performers - entre os 23 aos 61 anos - com o tempo e a finitude.
Tal como Gaya, pensámos sobre cafés e lugares de encontro, proximidade e conversas livres e despretensiosas. Acabámos a recordar todas as cenas de filmes que nos vieram à memória. Neste microsite revisitamos esses filmes e descobrimos os sons que dão forma à peça Cafezinho.
"Imaginei um café ou clube de jazz, onde figuras pudessem se entrelaçar, falar, rir… dançando e sucumbindo em suas próprias vidas, mas à procura de alguma esperança. Com três músicos criando melodias que brincam com temporalidades e estilos, onde pessoas especiais pudessem se encontrar: Helena Baronet de 27 anos, atriz de ascendência moçambicana e Paulina Santos, solista da companhia nacional de bailado com 50 anos, ou ainda, Ricardo Almeida, compositor de 22 anos e Chico Rebelo, baixista consagrado de 61 anos. Para mim, seria impossível pensar nesse universo sem a presença de pessoas que estivessem a vivenciar o processo de envelhecimento."
Gaya de Medeiros
Cenas de cafezinhos
Excertos de Boulangère de Monceau (1963), La Carrière de Suzanne (1963), Nadja à Paris (1964), La Collectionneuse (1967), Ma Nuit chez Maud (1969), Le Genou de Claire (1970), L'Amour l'après-midi (1972), La Femme de l'Aviateur (1981), Pauline à la plage (1983), Les Nuits de la pleine Lune (1984), Le Rayon vert (1986), L'Ami de mon amie (1987), Bois ton café (1986), Quatre Aventures de Reinette et Mirabelle (1987), Conte d'été (1996), Les Rendez-vous de Paris (1995), de Éric Rohmer.
Sobre Gaya de Medeiros
Gaya de Medeiros é bailarina, atriz e encenadora. Já trabalhou com diversas coreógrafas e encenadores em Portugal. No cinema, protagonizou a curta Um Caroço de Abacate, de Ary Zara, premiada em diversos festivais. Criou os espetáculos Atlas da Boca (2021), BAqUE (2022), Pai para Jantar (2023) e Cafézinho (2024), que já viajaram por mais de 15 países e 26 cidades. Fundou a BRABA.plataforma, que visa apoiar, viabilizar e financiar iniciativas protagonizadas por/direcionadas para a comunidade trans e não binária.
FICHA TÉCNICA
FOTOS
Iolanda Pereira
EDIÇÃO
Carolina Luz
REVISÃO DE CONTEÚDOS
Catarina Medina
DESIGN E WEBSITE
Studio Macedo Cannatà & Queo