SONHOS
TELEPATIA
FANTASMAS

Entramos no mundo de Susan Hiller em Dedicado ao Desconhecido. Uma exposição retrospetiva – a primeira depois da sua morte – de mais de cinco décadas de trabalho de uma das mais influentes artistas da sua geração.

"Mesmo quando a imagem não mostra um mar agitado, o postal continua a dizer mar agitado, o que para mim indica que a linguagem que falamos e escrevemos domina o significado visual."

© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo

Assumindo uma posição de curadora, Hiller tratava os postais como obras de arte em miniatura, que descrevia como versões domesticadas da tradição romântica do sublime. (...) Em versões posteriores da série Rough Seas, Hiller ampliou e organizou as imagens em grelhas, fazendo com frequência experiências com processos analógicos e digitais a fim de produzir diferentes efeitos pictóricos. 

OPORTUNIDADE À FANTASIA COLETIVA

“No meu trabalho tento apagar ou esbater a suposta fronteira entre a vida de sonho e a vida acordada. O que eu faço em todo o meu trabalho é chamar a atenção para essas imagens ou ideias que são visuais, visíveis, mas que se tornam invisíveis e, consequentemente, marginalizadas.”

Art in Focus - TATE

O QUOTIDIANO E EXTRAORDINÁRIO

“(...) nada tem a ver com a minha própria crença ou descrença no domínio do sobrenatural... Considero que as definições de realidade são sempre provisórias... que estamos todos envolvidos coletivamente na criação das nossas noções de 'real'... tudo o que é 'super' ou 'extra' é apenas uma forma de lançar um debate sobre o tipo de experiências que as pessoas têm a toda a hora.”

Susan Hiller, Site Gallery 1999, p.45

© Vera Marmelo© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Vera Marmelo© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
A obra Psi Girls apresenta excertos manipulados de cinco filmes populares: A Fúria (1978), Stalker (1979), O Poder do Fogo (1984), O Feitiço (1996) e Matilda, a Espalha Brasas (1996). Hiller abre um espaço entre a crença e a descrença, entre o limite e a extensão das nossas imaginações e, questiona: Porque é que estes poderes perturbadores são frequentemente atribuídos a jovens mulheres?
A propósito da obra de Susan Hiller mergulhamos no universo do terror e descobrimos a lista de melhores gritos da história do cinema.

SOBRE SUSAN HILLER

Susan Hiller nasceu em Tallahessee, na Flórida, cresceu na zona de Cleveland, Ohio, e mais tarde em Miami, Flórida. Em 1965, depois de obter uma pós-graduação em antropologia e de realizar trabalho de campo na América Central, Hiller desistiu da antropologia para passar a ser artista. Ao invés de estudar outras culturas enquanto "observadora", pretendia explorar as profundezas da sua própria cultura como participante, fazendo da arte a sua forma muito particular de investigação. O seu fascínio pela cultura e pela linguagem levaram-na a desenvolver uma prática focada num conjunto variado de artefactos culturais - geralmente materiais considerados menores ou ignorados - que recolhia em grandes quantidades e organizava em séries, revelando temas culturais em maior profundidade. 
Com uma prática multimédia que se estendeu por mais de cinco décadas, a sua singular produção tomou diversas formas, desde as pesquisas experimentais coletivas da década de 1970 à pintura, fotografia, escultura e instalações audiovisuais inovadoras.
> Edição especial do podcast ON AIR da Lisson Galery, intitulada Voices, dedicada à artista Susan Hiller. Vozes e testemunhos sobre uma das mais influentes artistas da sua geração.
FICHA TÉCNICA

FOTOS
Vera Marmelo, Raquel Montez

EDIÇÃO
Carolina Luz

REVISÃO DE CONTEÚDOS
Catarina Medina

DESIGN E WEBSITE
Studio Macedo Cannatà & Queo

Exposição organizada pelo Museo Helga de Alvear, Cáceres, em colaboração com a Culturgest