Relação, escuta, diálogo.
José Castiano propõe-nos uma reflexão aprofundada sobre a reconciliação nas sociedades no pós-conflito. Para ir além da conciliação das relações políticas, Castiano propõe-nos o conceito Inter-Munthu sugerindo-nos uma "vida em relação".
Inter-Munthu é uma categoria filosófica que expressa o rico tecido múltiplo e intercruzado de instituições, línguas e imaginários que cria a densidade da experiência e do mundo cultural, técnico, social e ecológico da experiência africana.
A partir deste conceito conversamos sobre: O que é uma sociedade pós-conflito e como pode ser estruturada? O que é uma reconciliação verdadeira? Como lidar com as heranças do colonialismo e da opressão?
Eventos Relacionados
INTER-MUNTHU
"O Inter-Munthu é, antes de tudo, uma ideia. Na verdade, uma ideia desenvolvida em torno do sujeito que encarna, em cada fase de luta e guerras, o espírito da reconciliação.
O Inter-Munthu é uma categoria subjectiva para caracterizar o sujeito africano que está condenado, tanto do ponto de vista da sua historicidade, como do ponto de vista das suas condições e possibilidades actuais, a construir o seu discurso libertário e identitário a partir mesmo, de uma posição inter-relacional. O olhar para o Outro primeiro, antes de si mesmo, está profundamente enraizado no seu uMunthu.”
José Castiano, O Inter-Munthu: Em Busca do Sujeito da Reconciliação
Moderação por Marta Lança
> A propósito da moderação da conversa com José Castiano ouvimos uma conversa entre Liliana Coutinho - programadora de conferências na Culturgest - e Marta Lança, jornalista, programadora e editora, no podcast Clube das Criativas.
Lisboa (1976). Trabalhadora independente em várias linguagens da área da cultura, como programação, jornalismo, investigação e cinema. É editora do BUALA, portal dedicado ao pensamento e arte e acolher as diversas vozes que constroem o debate pós-colonial. Criou as publicações V-ludo, Dá Fala e Jogos Sem Fronteiras. Tem formação académica em Estudos Portugueses e Estudos Artísticos. Tem artigos jornalísticos e ensaísticos em diversas publicações. Publicou um livro infando-juvenil e outro de crónicas pela Tigre de Papel. Desde 2004 que trabalha, por longas temporadas, em projetos culturais nos países africanos onde também se fala português. Os seus temas de pesquisa passam pelo debate pós-colonial, programação cultural, processos de memorialização, plataformas de discurso e estudos africanos. Foi assistente do filósofo Fernando Gil, no início do século xxi. Traduziu A Crítica da Razão Negra, 2014; Políticas de Inimizade (2016) e Brutalismo (2021) e o Afrotopia (2022), de Felwine Sarr.
FICHA TÉCNICA
FOTOS
Vera Marmelo, Renato Cruz Santos
EDIÇÃO
Carolina Luz
REVISÃO DE CONTEÚDOS
Helena César
DESIGN E WEBSITE
Studio Macedo Cannatà & Queo