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BOTÂNICA COLONIAL, BOTÂNICA DECOLONIAL

BOTÂNICA COLONIAL, BOTÂNICA DECOLONIAL

Helena Elias, Teresa Mendes Flores, Margarida Medeiros, Luís Mendonça de Carvalho

BOTÂNICA COLONIAL, BOTÂNICA DECOLONIAL

Helena Elias, Teresa Mendes Flores, Margarida Medeiros, Luís Mendonça de Carvalho

A relação com as plantas e a Botânica nas Missões Científicas coloniais refletiu um modo 'separatista' da relação Sujeito/Objeto, na forma como a flora foi pensada e analisada, por um lado enquanto espelho de uma riqueza nacional alargada pelas colónias; por outro, numa perspetiva económica, que privilegiou o cultivo intensivo de espécies economicamente rentáveis no plano internacional (como o café e o cacau). A partir de fotografias das missões científicas do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), e no âmbito do Projeto Photo Impulse, que aborda as coleções fotográficas das missões portuguesas científicas e geodésicas em África ao longo do século XX, esta mesa-redonda coloca em diálogo as perspetivas epistemológicas desse passado científico colonial com formas contemporâneas de pensar filosófica, artística e conceptualmente a relação dos humanos com as plantas e com a Botânica.

Qual é a história colonial de uma planta? Ou antes, como é que uma planta é história colonial? Antes de nos sentarmos à mesa das perguntas com o programa de Botânica Colonial/Decolonial, a Inês Bernardo passeou no jardim Botânico Tropical, em Lisboa, com o jardineiro, sr. Flores. Atrás de cada planta pode existir uma história do Mundo Português. Atrás de cada memória, uma folha verde.

Programa

Luis Mendonça de Carvalho

Botânica Económica - A Perspectiva Colonial
Luis Mendonça de Carvalho falará sobre as plantas tropicais que os europeus introduziram em África e sobre a relevância que as mesmas tiveram na colonização efetiva deste continente, durante os séculos XIX e XX.

Helena Elias

Everywhere, eLsewhere, SomewherE (ELSE), é uma investigação artística no âmbito do projeto PhotoImpulse, que envolve a (re)configuração de imagens produzidas pelas missões coloniais portuguesas de delimitação geográfica, geodésica e fronteiriça que tiveram lugar no continente africano. As áreas delimitadas são as mesmas em ambos os lados das fronteiras, uma vez que os ecossistemas terrestres são os mesmos. Helena Elias irá falar deste projeto e da sua inserção num sistema de contra-imagens e eco-crítica.


Margarida Medeiros

Falar de Botânica Colonial e de descolonizar a Botânica implica refletir sobre os modelos políticos e epistemológicos que sobredeterminaram os estudos botânicos em contexto colonial alargado e refletir sobre a necessidade de pensar com as plantas e não sobre as plantas. A questão da extração massiva das plantas em contexto colonial será aqui o foco principal.

Teresa Flores

Teresa Flores apresentará o alcance do Projecto Photo-Impulse, projecto FCT que estuda as colecções fotográficas das missões coloniais (geodésicas, antropo-biológicas e botânicas) e respectiva documentação para a compreensão dos modelos epistemológicos utilizados e de que forma é possível, num contexto pós-colonial convocar um olhar decolonial e crítico para esses objetos.

© ULisboa/IICT.

09 MAR 2022
QUA 18:30

Pequeno Auditório

Entrada gratuita*
Duração 2h

*com levantamento de bilhete 30 min. antes do início da sessão (sujeito à lotação da sala)

O uso de máscara permanece obrigatório.

Biografias

Teresa Mendes Flores

 

Teresa Mendes Flores é investigadora principal do projeto Photo Impulse no ICNOVA onde coordena o grupo de investigação Cultura, Mediação e Artes, integrando também a direção do centro. Atualmente, é uma das editoras principais da Revista de Comunicação e Linguagens. Projetos financiados em que participou como investigadora incluem: Feminine Politics – Gender Politics and Strategies Oriented Towards Visibility of Women Members of Parliament (2008-2011), History of the Visual Culture of Medicine in Portugal (2010-2013), Culture at the Front Page – A Study of the Portuguese Newspapers During the First Decade of This Century (2012-2014), Stereo Visual Culture – The Visual Culture of Portuguese Stereoscopic Photography (2012-2015). Realizou um pós-doutoramento sob o tema da fotografia nas expedições científicas portuguesas (2012-2017) e leciona nas áreas da semiótica, arqueologia dos media visuais e teoria da imagem, com principal enfoque para a fotografia e o filme. Dirige atualmente o projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, "Photoimpulse", sobre as missões geodésicas, geográficas e antropológicas realizadas nas ex-colónias entre 1900 e 1960.

 

Margarida Medeiros

 

Margarida Medeiros é investigadora do ICNOVA e professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA. Leciona nas áreas de História da Fotografia e Cultura Visual. Participou nos projetos financiados Visual Culture of Medicine in Portugal (2010-1013) e Stereo Visual Culture – The Portuguese Stereoscopic Photography (2012-2015). É coeditora da revista de Comunicação e Linguagens do ICNOVA. Publica regularmente em revistas especializadas, sendo também autora de diversos livros: Fotografia e Narcisismo – o autorretrato contemporâneo (2000), Fotografia e Verdade – uma história de fantasmas (2010), A última imagem – fotografia de uma ficção (2012) e editou a antologia de ensaios Fotogramas – ensaios sobre Fotografia (Lisboa, Documenta, 2016). Crítica e curadora de fotografia, foi responsável por exposições como: Augusto Bobone, Fotoradiografias – 1896 (Fundação EDP / Lisboa, 2014), Tesouros da Fotografia Portuguesa do séc.XIX (em colaboração com Emília Tavares (MNAC / Lisboa, 2015), Fotografia e Viagem (Museu Fotográfico Vicentes / Funchal, 2019).

 

Helena Elias 

 

Helena Elias é Professora Auxiliar na área da Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL). Doutorou-se em Arte pública, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (2007). Foi Mestre em Artes, pela Grays School of Arts, Universidade Robert Gordon, Aberdeen, Reino Unido (2000) e licenciou-se em Escultura pela FBAUL (1999). O seu projeto de doutoramento recebeu o prêmio Ignacio de Lecea, atribuído pela Generalital e Faculdad de Bellas Artes da U.Barcelona (2009). Enquanto artista, professora e investigadora, articula o ensino e a prática artística, expondo o seu trabalho e publicando diversos artigos e capítulos de livros. Foi-lhe atribuída uma bolsa FCT para a sua pesquisa artística de pós-doutoramento em Escultura na Faculdade de Belas Artes, U.Lisboa. Recebeu o prêmio de melhores práticas do observIST-UL pelas suas oficinas e residência artística no IST Museu de Civil (2019), sob o título "O que há numa linha?" Coordena a linha Investigação em Artes e Ciências do VICARTE, onde desenvolve o projeto Comunidades da Prática – Estratégias Metodológicas para Investigação Colaborativa entre as Artes e as Ciências.

 

Luis Mendonça de Carvalho

 

Luis Mendonça de Carvalho é Biólogo, mestre em bioquímica e fisiologia de plantas, doutor em sistemática e morfologia de plantas (etnobotânica) pela Universidade de Coimbra. Professor coordenador no Instituto Politécnico de Beja, onde fundou e dirige o Museu Botânico. Investigador no Instituto de História Contemporânea da FCSH – Universidade Nova de Lisboa/Universidade de Évora. Visiting Scholar na Universidade de Harvard.

 

Cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia no âmbito do projeto ACT – Art, Climate, Transition

ACT Art Climate Transition

Parceria

ICNOVA-Instituto de Comunicação da Nova

Curadoria
Liliana Coutinho e Margarida de Medeiros

Parceria
Photo Impulse: O impulso fotográfico: medindo as colónias e os corpos colonizados. O arquivo fotográfico e fílmico das missões portuguesas de geografia e antropologia, ICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova. 

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