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CARINCUR

CARINCUR

Selfie Face Filter (New Rituals, New Masks)

CARINCUR

Selfie Face Filter (New Rituals, New Masks)

Com a apresentação de Selvagem do encenador Marco Martins, onde se reflecte sobre o uso de máscaras em práticas ritualísticas e o seu significado num mundo virtual, quisemos propor o mesmo tipo de pensamento a Carincur, artista multidisciplinar mas com valiosa produção musical em torno das questões de ritos e consequentes rituais que nos convocam para um jogo eletroacústico entre o real e o virtual. A peça sonora - e ilustração vídeo, também de Carincur - lida com a dualidade do nosso corpo num mundo de forte componente ficcional, onde tudo é filtrado como máscaras da nossa existência, dentro das múltiplas histórias da nossa vida. Nesta cerimónia, voz e eletrónica entrelaçam-se numa coreografia de várias emoções, entre o ritmo (ritualístico) e a contemplação (espiritual).

Esta peça é uma reflexão sobre o uso da máscara em práticas ritualísticas na era digital. A transformação do corpo biológico com vários tipos de filtros estão a esbater as linhas entre rostos e máscaras. Com a sua utilização instalada no quotidiano da era digital, somos colocados em formas de comunicação muito próximas das utilizadas nas sociedades tribais e grupos étnicos ou religiosos nos seus rituais, tanto nas suas lógicas participativas como pensamento mágico. Todos os rituais estão relacionados com o desejo humano de aceder a um mundo espiritual, ganhar forças e aumentar capacidades.

Podemos dizer que as interfaces no corpo são usadas durante "performances'' para conectar, enviar e receber energias num mundo expandido. Da mesma forma que se dança, canta, que se pintam os corpos e usam máscaras em processos vividos em rituais tribais ou qualquer outra prática religiosa. 

© Eugenia Wasylczenko.

29 MAR
– 29 ABR 2022

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BIOGRAFIA

Carincur, artista transdisciplinar, desenvolve trabalho de carácter exploratório, configurando-se em formatos híbridos entre performance, música eletrónica e experimental, instalações audiovisuais, esculturas sonoras e instrumentos eletroacústicos, entre outros. Nos últimos anos, tem investigado e desenvolvido a sua prática e pesquisa como um evento dinâmico através de experiências simbólicas que dobram os tecidos sociotécnicos onde se tece a imagem do humano (normativo) num trabalho híbrido com a tecnologia. Percorre temas como a ficção/realidade, eletrónico/orgânico e subjetividade humana. Através do quadrinómio espaço/corpo/voz/máquina como principais materiais plásticos, explora fenómenos acústicos, percepção auditiva e visual, a voz como aparelho de síntese, a capacidade vocal humanóide e a criação de vozes pós-humanas, usadas para entender as transições entre corpos orgânicos e eletrónicos, onde quaisquer novas adições de tecnologia “externa” são vistas como extensões do corpo.

Faz parte de coletivos e projetos como Zabra, editora multidisciplinar de música eletrónica experimental; Yuuts Ruoy, plataforma dedicada ao arquivo de arte emergente em Portugal; Spectrum Awareness, projeto audiovisual com João Pedro Fonseca e João Valinho.

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