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Catherine Wood
Catherine Wood
O projeto 10,148,451 de Tania Bruguera – artista emblemática que trabalha com performance como uma prática expandida – realizado em 2018 para a Turbine Hall da Tate Modern é o ponto de partida para discutir o valor dos museus de arte através da perspetiva da performance. Neste trabalho, culminam questões centrais do percurso de Bruguera como o cuidado, a intimidade e a empatia que, juntos, constroem uma crítica ao sistema de valores corporificado pelos museus.
Wood propõe-nos olhar para o modo como Bruguera começou por realizar um trabalho baseado numa forma íntima de body art e de protesto – posicionando-se claramente contra certas práticas materiais em Arte (colecionar, vender, etc.) ‑, e se moveu em direção ao trabalho sobre o “corpo social” de um modo que atualmente transforma os modos de organização da instituição museológica.
A partir do ponto de partida localizado no próprio corpo da artista, interrompendo e intervindo na infraestrutura humana da instituição, o estatuto do museu como um “guardião” de objetos ou espaço de coleção é posto à prova e ampliado.
Catherine Wood (Reino Unido) é curadora sénior de Performance na Tate Modern e curadora da instalação da artista cubana Tania Bruguera (2018) na Turbine Hall. Foi cocuradora da retrospetiva de Robert Rauschenberg (2017), e do programa anual Live Exhibition in the Tanks, com Fujiko Nakaya e Isabel Lewis (2017) e Joan Jonas e Jumana Emil Abboud (2018). Foi ainda curadora da exposição Yvonne Rainer Dance Works em Londres (2013), entre outras. É autora de Yvonne Rainer: The Mind is a Muscle (2007) e de Performance in Contemporary Art (2018). Escreve regularmente para catálogos e para publicações como Afterall, Artforum e Mousse.
18 FEV 2019
SEG 18:30
Entrada gratuita*
Duração 90 min
* Entrada gratuita (sujeita à lotação), mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 10:00
Em inglês com tradução simultânea
Live streaming aqui
Sinopse completa Catherine Wood
O corpo político: o museu como espaço de intimidade e ação
Catherine Wood , curadora de Performance na Tate Modern
O projeto 10,148,451 de Tania Bruguera – artista emblemática que trabalha com performance como uma prática expandida – realizado em 2018 para a Turbine Hall da Tate Modern é o ponto de partida para discutir o valor dos museus de arte através da perspetiva da performance. Neste trabalho culminam questões centrais do percurso de Bruguera como o cuidado, a intimidade e a empatia, que juntos constroem uma crítica ao sistema de valores corporificado pelos museus.
Catherine Wood inicia esta reflexão partindo da sua experiência pessoal enquanto assistente de curadoria no British Museum, onde aprendeu a coreografia do cuidado em torno de artefactos antigos, muitas vezes deslocados dos seus rituais e contextos culturais. Esta experiência formativa, como apelida, tornou-se uma espécie de modelo para a matriz dos museus e dos seus valores materiais e humanos. Enquanto curadora da Tate Modern especializada em Performance, a impressão e a relevância dessa experiência para a configuração fundamental dos museus de arte ocidentais persiste, dialogando, muitas vezes de forma antagónica, com a tentativa de encomendar, exibir e coletar "ao vivo" trabalhos de performance – mesmo ou especialmente quando estes estão emaranhados com práticas dos chamados meios tradicionais da pintura ou da escultura.
Wood propõe-nos olhar para o modo como Bruguera começou por realizar um trabalho baseado numa forma íntima de body art e de protesto – posicionando-se claramente contra certas práticas materiais em Arte (colecionar, vender, etc.) ‑, e se moveu em direção ao trabalho sobre o “corpo social” de um modo que atualmente transforma os modos de organização da instituição museológica.
Walter Mignolo cunhou o conceito de "estética decolonial" e escreveu sobre o significado da presença do corpo, ressoando com a modelagem institucional e a auto-apresentação de Bruguera e propondo a importância de desvincular certos princípios abstratos de civilização para retornar à realidade localizada e delimitada.
A partir do ponto de partida localizado no próprio corpo da artista, interrompendo e intervindo na infraestrutura humana da instituição, o estatuto do museu como um “guardião” de objetos ou espaço de coleção é posto à prova e ampliado.
Programa What Has Love Got To Do With It
18 FEV 2019
10:30
ABERTURA
Liliana Coutinho, Cláudia Madeira e Giulia Lamoni
10:45 – 11:30
O público, o privado e o político nas obras performativas de jovens artistas e estudantes de belas-artes: um estudo de caso
Teresa Furtado, artista, professora auxiliar no departamento de Artes Visuais e Design da Escola de Artes da Universidade de Évora, CHAIA/UE
Moderação: Bruno Marques, IHA – FCSH-UNL
11:30 – 13:00
MESA 1
Sexualidades
Moderação: Giulia Lamoni, IHA – FCSH-UNL
Falando de amor, divulgação de assuntos íntimos em peças de dança contemporânea
Claire Vionnet, antropóloga, Universidade de Berna
Baixo e Sujo: Intimidades Ecosexuais e o apelo do “pessoal”
Jon Cairns, Critical Studies Leader, Belas Artes BA, Central Saint Martins
Ropework: performance da fragilidade
Daniel Cardoso, FCSH-UNL
Telma João Santos, Universidade de Évora
13:00– 14:00
ALMOÇO
14:00 – 14:45
Radio Intimacy – a podcast
Ana Pais, investigadora em Artes Performativas, bolseira FCT de pós-doutoramento no Centro Estudos de Teatro – FLUL/Universidade de Lisboa, dramaturgista, curadora
14:45 – 16:15
MESA 2
Resistências
Moderação: Margarida Brito Alves, IHA – FCSH-UNL
Como a intimidade perturba o poder
Claire Schneider, curadora independente em Buffalo (Nova Iorque), fundadora e diretora de projetos curatoriais da C.S.1
Do arquivo privado ao discurso público: Kisieland, de Karol Radziszewki
Flóra Gadó, doutoranda na Universidade Eötvös Loránd - Faculdade de Humanidades, departamento de Cinema, Média e Estudos Culturais, Budapeste (Hungria)
16:15 – 16:30
INTERVALO
16:30 – 18:00
MESA 3
Performatividades
Moderação: Cláudia Madeira, IC – FCSH-UNL
Amor + Outras questões urgentes: a Odisseia do Século 21 de Barbara T. Smith, 1991-1993.
Pietro Rigolo, The Getty Research Institute
Proximidade, emoções e mediação tecnológica das origens da Performance Art italiana
Francesca Gallo, Universidade Sapienza de Roma
Da Vontade do (Im)possível: as duplas artísticas amorosas na Arte da Performance
Nelson Guerreiro, investigador
18:30
KEYNOTE SPEAKER
O corpo político: o museu como espaço de intimidade e ação
Catherine Wood, curadora de Performance na TATE Modern
Moderação: Liliana Coutinho, Culturgest e IHC – FCSH-UNL
19 FEV 2019
10:30 – 11:10
Tu & Eu
Susana Mendes Silva, artista plástica, professora na Universidade de Évora, DPAO ,i2ADS, FBAUP
11:15 – 12:45
MESA 4
Mediações
Moderação: Bruno Marques, IHA – FCSH-UNL
All Together - Feedback Now - Total Access Inc. (revisitar memórias pessoais da Coca Cola e outros afectos pop globalizados)
Paula Caspão, escritora, artista, investigadora de pós-doutoramento (FCT), docente no Centro de Estudos de Teatro (CET/FLUL - UL), investigadora associada no Centro de História Contemporânea (IHC/UNL)
Intimidade e afetividade no ciberespaço
Paula Varanda, PhD, investigadora
O ato de ser "Juntos Sozinhos": cinema lento e re-desenho da interação íntima com o conceito de Realidade
Susana Bessa, escritora
12:45 – 14:00
ALMOÇO
14:00 – 14:30
LEITURA (sala 2)
Comunidade
De: Luiz Pacheco
Direção: Ana Palma
Com: Ana Palma, André Simões, Constança Carvalho Neto, Diogo Lopes e Rita Monteiro
Criação: Teatro da Garagem
14:45 – 16:15
MESA 5
Narrar
Moderação: Fernando Matos Oliveira
Sobre o desejo feminino em autobiografias poéticas
Ana Lúcia M. de Marsillac, psicóloga e post doc IC, FCSH-UNL
Paulo Jesus, psicólogo, professor de Psicologia na Universidade Portucalense, investigador no Centro de Filosofia – UL
Mulher em pé na frente do espelho. Um projeto íntimo de prática como pesquisa
Sol Garre, Real Escola Superior de Arte Dramática de Madrid
16:15 – 16:30
INTERVALO
16:30 – 18:00
MESA 6
Cuidar
Moderação: Liliana Coutinho, Culturgest e IHC – FCSH-UNL
O ágape antropoceno
António Contador, Instituto Acte, Universidade Paris 1/CNRS, artista
Performando o ‘I Care’
Kathryn Lawson Hughes, Faculdade de Arte de Swansea - Universidade do País de Gales Trindade Saint David
"Intravenções" performáticas e questões de amor, cuidado e atraso: passos para um "fazermundo" responsável
Alberto Altés Arlandis, bolseiro PostDoc, coordenador de Métodos e Análises na TU Delft, Faculdade de Arquitetura e Ambiente Construído - Arquitetura
18:30
KEYNOTE SPEAKER
Gestos Performativos
Rabbya Nasser, artista, curadora e professora na NCA, Lahore (Paquistão)
Moderação: Giulia Lamoni, IHA – FCSH-UNL
PARCEIROS
IHA – Instituto de História da Arte, ICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, CEIS20-UC – Centro de Estudos Interdisciplinares do séc. XX, FLUC
COLABORAÇÃO
Teatro da Garagem
COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
Bruno Marques, Cláudia Madeira, Fernando Matos Oliveira, Giulia Lamoni, Liliana Coutinho
CONVIDADOS ESPECIAIS
Ana Pais, Luís Trindade, Manuel Lisboa, Susana Mendes Silva