É maravilhoso observarmos os padrões de um bando de pássaros em pleno voo ou as movimentações súbitas de um cardume de peixes. O coreógrafo grego Christos Papadopoulos inspirou-se nestes fenómenos naturais para criar um espetáculo de dança. Na sua pesquisa, mergulhou mais fundo – no mundo microscópico dos íones, átomos eletricamente carregados – e descobriu as mesmas forças de atração e repulsão que governam não só todas as formas de vida, como também as relações humanas. Em palco, os bailarinos geram uma engrenagem quase impercetível de movimentos extremamente precisos, criando padrões que, depois, se dissolvem em novas combinações. Como público, o que assistimos é um mantra físico, uma paisagem líquida de uma beleza deslumbrante. 

Christos Papadopoulos faz parte de uma nova geração de criadores notáveis que surgiu na última década na cidade de Atenas, e é considerado uma das vozes mais inovadores da dança contemporânea. Espetáculos como Elvedon, OPUS e Counter Reset foram apresentados em toda a Europa e Papadopoulos foi convidado a integrar as equipas que criaram as coreografias de abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e dos Jogos Europeus de Baku (2015).