Arte Como Forma de Resistência

Arte Como Forma de Resistência

Dino D’Santiago, Ananya Jahanara Kabir, Roberto Francavilla

Arte Como Forma de Resistência

Dino D’Santiago, Ananya Jahanara Kabir, Roberto Francavilla

Moderação: Francesca Negro

O termo crioulização refere-se a culturas originadas pelo encontro inesperado de diferentes povos em espaços compactos, sob dinâmicas de poder desiguais. Negociação, compromisso, resistência, colaboração, inovação e improvisação caracterizam os processos de troca que se seguirão. Patrick Chamoiseau propôs que olhássemos estes processos sob a noção de uma Poética da Relação, referindo-se aos mundos que se geram em relações de interdependência. 

Considerando a crioulização como lugar de observação do mundo, das artes e das culturas, esta mesa-redonda reúne Ananya Jahanara Kabir, investigadora e professora no King’s College, o músico Dino D’Santiago e Roberto Francavilla, professor na Universidade de Génova.

© Renato Cruz Santos.

02 JUN 2025
SEG 19:00

Garantir lugar
Pequeno Auditório
Entrada gratuita*
Duração 2h

*mediante pré-inscrição ou levantamento de bilhete 15 min. antes (sujeito à lotação da sala).

No dia do evento, as pré-inscrições que não forem levantadas são disponibilizadas 15 min. antes do início do mesmo.

Em inglês e português.

BIOGRAFIAS

Ananya Jahanara Kabir

Professora de Literatura Inglesa no King’s College London, Ananya Jahanara Kabir pesquisa a intersecção do texto escrito com outras formas de expressão cultural em atos de memorialização e esquecimento coletivos. Através de uma bolsa avançada do ERC (2013-2018), liderou ‘Modern Moves’, uma investigação interdisciplinar sobre dança social e música de herança africana. Pelo seu trabalho inovador na área das humanidades, recebeu o Prêmio Infosys Humanidades (2018), concedido pela Infosys Science Foundation, Índia, e o Humboldt Forschungspreis (Prêmio Humboldt, 2018), concedido pela Alexander von Humboldt Stiftung, Alemanha. Atualmente dedica-se à escrita duma nova monografia: “Alegropolitics: Connecting on the Afromodern Dance Floor”. Os seus mais recentes projetos de pesquisa exploram ainda mais profundamente os conceitos de crioulização transoceânica através da produção cultural nos mundos do Atlântico e do Oceano Índico. Trabalha movendo-se entre idiomas e gêneros e desde longa data interessa-se pelo papel do prazer na flexibilização das políticas de produção cultural desde o período medieval ao pós-colonial.

 

Dino de Santiago

Cantor e compositor musical. Alcançou o sucesso com uma produção inteiramente virada pela valorização das suas origens culturais cabo-verdianas. A sua produção alcança uma visibilidade e um sucesso internacional com o álbum Kriola, em 2020, recebendo os elogios da revista Rolling Stone, da Complex e da Folha de São Paulo, o prémio EMT EMA na categoria de Best Portuguese act em Portugal e três prémios Play Vodafone para Melhor Album, melhor canção e melhor artista masculino.

Fundador do projecto Lisboa Criola, em 2021 foi considerado uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes pela MIPAD (Most Influential People of African Descent) e em 2023 uma das 50 figuras que podem vir a definir o futuro de Portugal.
Dino D’Santiago é também um ativista pelas causas sociais sendo participante em vários projectos pela equidade e igualdade social.

O governo português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural “em reconhecimento pelo contributo dado à criação musical em língua portuguesa e à sua projeção no mundo”. Foi destacado pela revista Forbes como figura Vozes da Lusofonia 2023 no domínio cultural pelo seu desempenho para uma maior igualdade e diálogo cultural entre os povos da língua portuguesa.

 

Francesca Negro

Investigadora independente em Literatura Comparada e Artes Performativas. Trabalhou na Universidade de Lisboa como Professora Convidada de Estudos Inter Artísticos e Comunicação Intercultural, é autora do livro Deuses em Cena. A teatralização das danças religiosas de origem africana em Cuba (Colibrí, 2019), e editora e co-editora dos volumes Público/Privado. O deslizar de uma fronteira (Húmus, 2015) Marcel Proust em Busca da Arte (Húmus, 2023). É também bailarina e as suas pesquisas mais recentes estão relacionadas com as formas orais e corporais de memorialismo e novas leituras do Mediterrâneo como lugar de crioulização cultural.

 

Patrick Chamoiseau

Escritor martinicano, autor de romances, contos, ensaios, textos teatrais e cinematográficos. Ganhou o Prêmio Goncourt em 1992 com o livro Texaco, escrito num francês exuberante e crioulizado, que pretende homenagear a riqueza cultural da Martinica. Fez campanha pelo reconhecimento não só do crioulo, mas também da complexidade cultural da qual o crioulo é símbolo, e com Jean Bernabé e Raphaël Confiant participou na criação do manifesto “Elogio à Criolidade”, Éloge de la créolité, um texto bilingue onde é explicada a unicidade da condição cultural das Caraíbas.  Inspirado pela etnografia, interessa-se pelas formas culturais em extinção da sua ilha natal, em particular pela oralidade poética transmitida pelos contadores de histórias. Inspira-se fortemente na obra de Edouard Glissant e nos seus conceitos de antilhanidade e crioulização.

 

Apoio

Antena 3

Organização

Centro de Estudos comparatistas, FLUL – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Mesa Redonda integrada no projeto Islands Of Resistance – Intersecting Artes and Cultures in the Oceans apoiado pelo King's College London

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