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Felwine Sarr
Felwine Sarr
A questão da restituição das obras de bens culturais a países que no passado foram colonizados por países europeus tem sido um assunto de debate intenso e profundo nos últimos anos, a um amplo nível internacional. Se bem que podemos encontrar outros momentos na história do século XX nos quais esta questão foi colocada, a iniciativa da atual presidência francesa em encomendar, em 2017, um relatório sobre as condições nas quais se deveriam efetuar estas restituições, reavivou esta discussão. Entregue a 23 de novembro de 2018, o Relatório Sarr-Savoy, intitulado Restituir o património africano: para uma nova ética relacional foi realizado por Bénédicte Savoy, historiadora de Arte, investigadora do Collège de France, especialista no tema da espoliação de obras de arte, e por Felwine Sarr, economista, professor, escritor e músico senegalês. No âmbito de um programa maior organizado pelo projeto AFRO-PORT, a Culturgest tem o prazer de acolher uma conferência do professor Felwine Sarr sobre este tema.
Felwine Sarr nasceu em Niodior, nas ilhas de Saloum, no Senegal, e cresceu entre Strasbourg (França), Kaolack, Tambacounda e Dacar (Senegal). Doutorado em Economia pela Universidade de Orléans (França), é professor na Universidade de Gaston Berger, em Saint Louis (Senegal), na qual, em 2011, ficou responsável pela faculdade de Economia e Gestão e criou o Centro de Investigação em Civilizações, Religião, Arte e Comunicação (CRAC), onde ensina Economia Política, Economia do Desenvolvimento, Econometria, Epistemologia e Historia das Ideias Religiosas. É editor do Journal on African Transformation, editado pelo CODESRIA - Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África e pela UNECA - Comissão Econômica das Nações Unidas para a África. É autor dos livros Dahij (Gallimard 2009), 105 Rue Carnot (Mémoire d’Encrier 2011), Méditations Africaines (Mémoire d’Encrier 2012), Afrotopia (Philippe Rey 2016), entre outros. Como músico, lançou os álbuns Civilisation Ou Barbarie (2000), Les mots du Récit (2005) e Bassaï (2007). Em 2010, recebeu o Prémio Abdoulaye Fadiga para investigação em Economia; em 2016, o Grand Prix of Literary Associations (Camarões) e, em 2018, o The Nicolás Guillén Outstanding Achievements in Philosophical Literature Award, atribuído pela Associação de Filosofia das Caraíbas.
Organiza, desde 2016, com Achille Mbembe, os Ateliers de la Pensée, em Dacar, que teve em 2019 a sua terceira edição, ponto de encontro e de debate entre académicos e artistas africanos e da diáspora africana, sobre as transformações do mundo contemporâneo.
Moderadora
Maria Paula Meneses (CES/Universidade de Coimbra)
ORGANIZAÇÃO
AFRO-PORT / CEsA (Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento), ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa)
APOIO
Embaixada do Senegal, Embaixada de Cabo Verde
AFRO-PORT. Afrodescendência em Portugal: sociabilidades, representações e dinâmicas sociopolíticas e culturais. "Um estudo na Área Metropolitana de Lisboa”, financiado por FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia [Refª PTDC/SOC-ANT/30651/2017]