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Conferências em live streaming, para assistir no Facebook e YouTube.
Há cada vez mais softwares para gerirmos ativamente a nossa saúde e estudos recentes mostram que conhecermos a nossa predisposição genética aumenta a adesão a terapêuticas, planos nutricionais e ao exercício físico. Ao permitirem decisões mais informadas, estas tecnologias estão a mudar profundamente os serviços de saúde e bem-estar. A medicina de precisão centrada na pessoa é um pilar fundamental do paradigma de gestão da saúde do século XXI. Qual o impacto da inteligência artificial e das tecnologias baseadas no conhecimento genético na forma de lidar com a medicina? Como contribuem para a amortalidade (viver mais anos sem envelhecer, revertendo as características das células velhas para torná-las mais jovens)?
14:00 PRECISÃO
Hedi Peterson (projeto Genoma), Maria do Carmo Fonseca (professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes) e Ana Teresa Freitas (professora catedrática no Instituto Superior Técnico e cofundadora e CEO da HeartGenetics, Genetics and Biotechnology — saúde digital e genética humana).
16:30 PREVENÇÃO PRECISA
Jonas Almeida (investigador permanente no Instituto Nacional do Cancro nos Estados Unidos da América onde acumula o cargo de chief data scientist da Divisão de Epidemiologia e Genética do Cancro).
20 MAI 2020
QUA 14:00, 16:30
Original - sem tradução
https://youtu.be/aZGPzdTRoZ8
Tradução em Português + LGP
https://youtu.be/HgifgJ6ajo8
English translation:
https://youtu.be/ycpWvbrSVtY
Duração 2h cada conferência
Sinopses e Biografias Longevidade: Precisão
Ana Teresa Freitas, Hedi Paterson, Maria do Carmo Fonseca
20 MAI, 14:30
Ana Teresa Freitas
Saúde e bem-estar na era digital
Software e aplicativos móveis para a área da saúde, visando motivar as pessoas a serem mais ativas na gestão da sua saúde, estão a mudar de forma profunda o modo como os serviços de saúde e bem-estar estão a ser disponibilizados. Estas tecnologias permitem que cada individuo possa tomar decisões mais informadas sobre a sua saúde e bem-estar. Finalmente entramos na era da medicina de precisão centrada no indivíduo, pilar fundamental do paradigma de gestão da saúde para o século XXI.
A medicina de precisão faz uso de tecnologias e informações de diferentes áreas, tais como a bioinformática, e as ciências “omicas” (genómica, epigenómica, microbiómica, etc...), juntamente com dados de bio-marcadores, ambientais, comportamentais e clínicos, imagens médicas e registos de saúde mais tradicionais. Tendências recentes na área da genética mostram de forma clara que o conhecimento sobre a predisposição genética de cada indivíduo aumenta a sua adesão a terapêuticas, a planos nutricionais e a planos de exercício físico, melhorando significativamente a sua saúde. Atualmente o paradigma da medicina de precisão está a ser imposto por todos os que exigem participar de forma ativa e responsável nos seus cuidados de saúde, a fim de alcançarem uma longevidade mais saudável.
Ana Teresa Freitas é professora catedrática no Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, no Departamento de Engenharia Informática. É ainda cofundadora e CEO, desde 2013, da HeartGenetics, Genetics and Biotechnology SA, uma empresa que desenvolve atividade na área da saúde digital e da genética humana. A inovação na HeartGenetics foi várias vezes premiada internacionalmente, tendo sido finalista no World Health Summit 2016, em Berlim. Tem uma licenciatura, mestrado e doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, pelo IST. Realizou provas de agregação na área da Biologia Computacional, área onde desenvolve investigação desde 2000. Tem um diploma do programa de Gestão Avançada em Inovação e Empreendedorismo da Católica Lisbon School of Business and Economics. No contexto europeu, foi representante de Portugal e vice-presidente, em 2017, da ESFRI ELIXIR, uma instituição que reúne as principais organizações de biologia computacional da Europa. As suas competências científicas são nas áreas da Biologia Computacional, Genética Humana, Algoritmos e Análise de Dados, sendo autora de mais de 100 publicações.
Professora Maria do Carmo Fonseca, Presidente do IMM
Poderemos vir a ser amortais?
Hoje vivemos mais tempo e no futuro mais próximo é expectável que a nossa esperança média de vida continue a aumentar. Esta realidade levou a Organização Mundial de Saúde a rever em que idade nos devemos considerar velhos. De acordo com a classificação atual, as pessoas mantem-se jovens até aos 65 anos! Aos 66 anos entra-se na meia-idade e só depois dos 80 atingimos a velhice. É excelente ter 60 anos e ainda nos sentirmos jovens, mas será possível ainda nos sentirmos jovens aos 80 anos? Para designar a ideia de viver mais anos sem envelhecer, a escritora Catherine Mayer criou a palavra “amortalidade”. Atualmente os cientistas já conseguem, no laboratório, reverter as características de células velhas tornando-as mais semelhantes a células jovens. Está apenas a faltar conseguir reverter o envelhecimento celular no corpo humano. Como cientista, acredito que tal será possível. Teremos apenas de esperar algum tempo (talvez mais 50 ou 100 anos) para atingir a amortalidade!
Maria do Carmo Fonseca é professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e desempenha as funções de presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM). Licenciada em Medicina (1983) e doutorada em Biologia Celular (1988), é membro eleito da European Molecular Biology Organization (EMBO) e da Academia de Ciências de Lisboa, e membro do conselho editorial das revistas Journal of Cell Science e RNA. Em 2001 foi feita comendadora da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Galardoada com o prémio Gulbenkian de Ciência (2007), e o prémio Pessoa (2010), foi também agraciada com a Medalha de Ouro do Ministério da Saúde (2012), e com o Prémio Centenário atribuído pelos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (2013). Autora de aproximadamente 150 publicações internacionais que perfazem mais de 10 mil citações, a investigação desenvolvida pela sua equipa tem contribuído para um melhor conhecimento de como funcionam os genes humanos. Focada nas moléculas de RNA, uma das mais recentes descobertas da sua equipa revelou um tipo de RNA que, ao ser manipulado, reverte o envelhecimento celular.
Hedi Peterson (Estónia)
Viver consciente das probabilidades: uma vida melhor ou pior?
A nossa composição genética é como uma aposta na lotaria numa feira em que todas as apostas ganham. A única incógnita é quem vai receber que tipo de prémio. Alguns de nós recebemos os melhores genes para sermos rápidos e termos uma coordenação motora magnífica para nos tornarmos estrelas de futebol. Por outro lado, alguns tornam-se bons a questionar e poderão acabar por ser cientistas. Também começamos num ponto de partida diferente no que toca à possibilidade de beneficiarmos de uma vida longa e saudável. Porém, não precisamos de saber tudo sobre o nosso passado genético para descobrirmos as nossas possibilidades. Em muitos casos, basta saber o que preocupava os nossos pais e os pais deles, as nossas tias e tios. No entanto, esta informação não está sempre disponível. Enquanto seres humanos, somos curiosos e queremos saber mais sobre as possibilidades individuais de termos uma vida longa e saudável. Este desejo também motiva cientistas a desvendarem todas as relações possíveis entre genes e doenças, levando-os a encontrar tratamentos eficazes. Nesta conversa, partilharei convosco as razões que levaram 20% da população adulta da Estónia a juntar-se ao projeto Genoma Estónio, e se as suas esperanças por um resultado podem ser encontradas pelo projeto.
Hedi Peterson é uma investigadora da Estónia cujo trabalho se encontra na intersecção da biologia e da ciência da computação. É uma das primeiras investigadoras da Estónia formada na área da bioinformática e tem mais de 17 anos de experiência na resolução de problemas biológicos com a ajuda de computadores. Na Universidade de Tartu lidera um grupo de pesquisa que se debruça sobre a combinação de dados oriundos de experiências de diferentes ciências ómicas. Trabalham com dados do Centro Estónio do Genoma, colaborando a nível internacional e também disponibilizando informação para o domínio público. Com a ajuda da bioinformática pretendem reconhecer genes para diferentes doenças e identificar marcadores que poderão ser utilizados para confirmar ou despistar diagnósticos. Adicionalmente, como Diretora Adjunta da Node ELIXIR da Estónia, supervisiona a construção e manutenção de infraestruturas das ciências da vida nesse país. A equipa de desenvolvimento de software que lidera fornece um conjunto de ferramentas de bioinformática online que são utilizadas por milhares de profissionais das ciências da vida pelo mundo fora.
Sinopse e biografia Longevidade: Prevenção Precisa
Jonas Almeida
20 MAI, 16:00
Numa sociedade inundada por dados, a nossa individualidade biológica tem sempre companhia. O caminho da saúde para a doença, e de volta, define trilhos digitais que queremos tão longos e saudáveis quanto possível. Neste mapa de estradas digitalizadas tomamos então decisões, que queremos informadas, a cada encruzilhada. Prevenir a doença e aumentar a longevidade torna-se assim, primeiro, um jogo que criamos no universo digital, e só depois uma ciência em que se descobrem novos porquês. Nesta apresentação navegaremos as enchentes de dados e informações que nos chegam em tempo real, desenhados pelas trajetórias que vão do fitness à patologia do cancro, passando pelas torrentes de informação que jorram dos sistemas públicos de saúde. A precisão do caminho para a longevidade deriva de um pacto, nem sempre assumido e raramente discutido, entre a nossa privacidade e a ubiquidade da web. É aí que as fontes de dados e os motores de inteligência artificial que nos marcam o caminho se encontram, crescentemente na praça pública.
Jonas Almeida é investigador permanente no Instituto Nacional do Cancro (NIH/NCI) dos Estados Unidos da América onde acumula o cargo de chief data scientist da divisão de Epidemiologia e Genética do Cancro (DCEG). Anteriormente (2015-2018), foi professor de Informática Biomédica, diretor do curso de doutoramento e CTO (chief technology officer) do centro médico da Universidade de Stony Brook (Universidade Estadual de Nova Iorque). Foi professor no departamento de Patologia da Universidade do Alabama, em Birmingham (2011-2014), de Bioinformática e Matemática Aplicada no Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas, em Houston (2006-2010), e de Bioestatística e Bioinformática na Universidade da Carolina do Sul (2001-2005). A sua carreira académica começa na Universidade Nova de Lisboa como professor auxiliar, onde se doutorou em 1995 na secção de Engenharia Bioquímica. Este percurso inclui 163 publicações científicas e a organização regular de hackatons de dados biomédicos.
Integrado na Bienal BoCA
Parcerias Media
PARCERIA
Fidelidade – Companhia de Seguros
PARCERIA CIENTÍFICA
Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (IST), Nova SBE Health Economics and Management KC
CONSULTORES CIENTÍFICOS
Arlindo Oliveira (IST), Joaquim Sampaio Cabral (IST), Pedro Pita Barros (Universidade Nova de Lisboa)
CURADORIA
Liliana Coutinho, Joaquim Sampaio Cabral, Pedro Pita Barros
PARCEIROS MEDIA
SIC Notícias, Público, Antena 1, Jornal de Negócios