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Nivhek
Nivhek
Primeira parte: Nyokabi Kariũki
De repente, num sonho, Liz Harris encontra o nome Nivhek. As peças viriam depois e encaixariam na perfeição. Como explicou à revista The Quietus, “eu não preciso de pensar em tudo o que faço criativamente, apenas algo me diz que devo fazê-lo”. Depois de Shade, editado em 2021, como Grouper, Liz Harris reativa Nivhek para nos mostrar Engine, uma versão de concerto para uma performance única no Portland Institute for Contemporary Art, estreada no início do ano de 2023. Esta obra materializa uma confessada obsessão de Liz Harris por sons de motores, de comboio e carros, e do ruído que as drag races explosivamente emitem. Para Liz Harris, representa o som do excesso, do poder, do sexo, da destruição, do capitalismo e do petróleo como poluente atmosférico. Mas também é o ruído da transformação, criadora de vida. Com a projeção do filme original de Takashi Makino em movimento, Engine é uma enorme máquina em palco, de graves guturais e acelerações constantes, imitando o nosso coração, a nossa respiração e fazendo o sangue acelerar nas veias.
Antes de Liz Harris entrar em palco, recebemos um concerto de Nyokabi Kariũki, que se estreia em Portugal. Vamos ouvir, sobretudo, música do seu último álbum Feeling Body, editado este ano, onde compôs uma obra íntima sobre a sua longa recuperação da covid em 2021. É um diário sonoro, feito de fragmentos, sobre a sua recuperação física e emocional.
08 NOV 2023
QUA 21:00
15€ (descontos)
M/6
Biografias Nivhek, Takashi Makino, Nyokabi Kariũki
Nivhek
Nivhek é um projeto paralelo de Liz Harris, uma artista sonora do Noroeste do Pacífico, amplamente elogiada por seu trabalho sob o nome de Grouper. Embora os álbuns de Grouper se tenham tornado gradualmente mais íntimos e focados nas músicas, a estreia de Nivhek, em 2019, (After Its Own Death/Walking in a Spiral Towards the House), contém alguns dos trabalhos mais abstratos e até ritualísticos de Harris.
Harris cresceu na área da baía de São Francisco, na comuna Fourth Way. Como Grouper, inspirada pelo seu crescimento na comuna, começou a editar músicas experimentais compostas por vocais fortemente distorcidos, lançando um cd de estreia, em 2005. Quando lançou o quinto álbum, Dragging a Dead Deer Up a Hill, em 2008, a sua sonoridade evoluiu para uma espécie de folk rock etéreo, com guitarras melódicas e vocais mais claros (embora ainda cheios de reverberação), tendo continuado a lançar novos e aclamados trabalhos ao longo da década de 2010. Com Ruins (2014) e Grid of Points (2018), a música de Grouper tornou-se muito mais esparsa e esquelética do que antes, consistindo quase inteiramente de piano e voz. Por outro lado, o álbum de Harris de 2019 como Nivhek, After Its Own Death/Walking in a Spiral Towards the House, contém peças experimentais longas e sem pressa construídas a partir de gravações de campo, Mellotron e pedais de efeitos quebrados, meditando sobre perda e confusão.
Takashi Makino
Japonês (1978) a viver em Tóquio, é artista e realiza filmes experimentais. Formado em Fotografia de Cinema, na Nihon University College of Art, no Japão, em 2001, fez um estágio com os Quay Brothers, em Londres, durante o qual estudou principalmente música e iluminação para cinema. Vencedor de vários prémios em diversos festivais, os seus filmes têm sido exibidos em diversos festivais de cinema e de videoarte em todo o mundo.
Nyokabi Kariũki
Peace Places: Kenyan Memories (2022, SA Recordings) até seu álbum de estreia Feeling Body (2023, cmntx Records), foi descrito como “hábil” (The Quietus) e “transcendente” (The Guardian), com o Bandcamp a destacá-la como “uma voz crucial na composição contemporânea e na música experimental”. Nyokabi Kariũki procura criar arte significativa e desafiadora, iluminada por um compromisso com a preservação e reflexão sobre o pensamento, a língua e as histórias africanas.
Apoio
Gravações, sintetizadores
Liz Harris
Filme
Takashi Makino