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Arquivo de Destruição
Arquivo de Destruição
Curadoria: Bruno Marchand
EXPLOREM A OBRA ONLINE aqui
arquivo de destruição: Departamento de IEC é o lado virtual, em formato website, do arquivo de destruição — obra que Pedro Lagoa tem vindo a desenvolver, desde 2007. O arquivo é um repositório de textos, imagens, filmes ou sons, de natureza documental e ficcional, que sinalizam gestos de destruição na forma física, ideológica ou simbólica. Funcionando como um anti-monumento, esta obra não celebra nem glorifica a destruição: ela dá corpo ao singelo paradoxo que é guardar, para memória futura, uma coleção de atos que procuraram instituir apagamentos, ruínas ou aniquilações, em alguma instância e de algum modo.
Durante as próximas semanas, o arquivo continuará a incorporar novas entradas, sendo atualizado todas as quintas-feiras. Um convite a visitas regulares por parte do público, que pode viajar livremente pelo crescente mapa de conteúdos.
A primeira apresentação pública do arquivo da destruição teve lugar em 2007, em Londres. Desde então, foi sendo desenvolvido e conta atualmente com vários departamentos e secções, um serviço educativo e um selo editorial. Entre materializações esporádicas e manifestações efémeras, foi visto em locais como: Gasworks, Londres (2014); Museu de Serralves, Porto (2014); Galeria Boavista, Lisboa (2012); Nam June Paik Art Centre, Gyeonggi-do (2010); Städel Museum, Frankfurt (2008); Formcontent, Londres (2007).
"O tópico da destruição presta-se a questões éticas particularmente sensíveis. O arquivo lida com esta inevitabilidade da única forma possível: trabalhando o volume crescente de existências que o integram de modo a que entre elas se construa um campo isento do mais ínfimo sinal de moralismo. Isso implica, por um lado, protegê-las de tudo o que lhes possa apor um juízo ou atribuir-lhes um valor e, por outro, consagrar-lhes condições de apresentação que possibilitem que no intervalo entre elas se abra espaço para a subjetividade do espectador – o mesmo espaço de liberdade e extrapolação onde se funda o verdadeiro sentido desta obra.
Comissariado pela Culturgest, este projeto faz parte de um conjunto de iniciativas que procuram responder ao contexto imposto pela Covid-19. A pandemia trouxe-nos uma imagem de destruição bastante distinta daquela a que nos habituámos. Esta não é uma destruição espetacular nem parece acontecer em tempo real, mas antes invisível e sorrateira: instala-se sem dar sinal e os seus danos são diferidos. Ao mesmo tempo, as medidas de controle desta pandemia parecem ameaçar, elas mesmas, destruir disposições e valores que dávamos por garantidos. O mundo sairá da pandemia necessariamente diferente de quando entrou. Lidar com essa diferença e construir sobre os seus escombros será uma tarefa tão mais lúcida quanto mais clara se nos afigurarem a mecânica e a ambivalência da destruição."
Bruno Marchand
18 JUN
– 31 DEZ 2020
A obra online é atualizada com novos conteúdos todas as semanas, um convite a visitas regulares e a uma viagem livre.
Sobre Pedro Lagoa
Pedro Lagoa é um artista visual cujo trabalho se tem desenvolvido maioritariamente em torno de conceitos de destruição. Explorando o potencial que o acto destrutivo contém de se constituir como expressão de recusa e ferramenta crítica transversal a temporalidades diversas, a sua prática compreende uma diversidade de media, apresentando-se frequentemente sob a forma de instalação, publicação ou vídeo. O seu trabalho tem sido exposto internacionalmente em locais como: Art Polygon, Gwangju (2018); Gasworks, Londres (2014); Museu de Serralves, Porto (2014); Cabaret Voltaire, Zurique (2013); Nam June Paik Art Centre, Gyeonggi-do (2010); Portikus, Frankfurt (2007).
COM
Pedro Lagoa
Bruno Dias Vieira
Pedro Levi Bismarck
André Avelãs
Manuel Ángel Macía
Ana Bigotte Vieira
Nuno Leão
João dos Santos Martins
desenho gráfico
Maria João Macedo
estrutura e suporte técnico
QUEO