Este evento já decorreu.
Profanações
Profanações
Curadoria: David Revés
Profanar os corpos, profanar o Tempo, profanar a História. Numa apropriação do título do livro homónimo de Giorgio Agamben, Profanações pretende avaliar criticamente os ideais racionalistas de Progresso e sua maquinaria de mobilização cinética sob os quais as sociedades ocidentais se têm orientado. Afirmando a profanação enquanto gesto especulativo que possibilite a criação de novos horizontes para pensar e fazer-mundo, esta exposição reunirá obras de diferentes naturezas e origens, propondo distintas modalidades de pressionar a História e suas expectativas normalizadoras, assim como procurando exaltar todas as materialidades — esquecidas, presentes e futuras — que existem no seu interior.
Caminharemos, assim, por territórios estéticos que se situam entre o transcendente e o telúrico, convocando produções oriundas da religião, bruxaria, sexualidade, adivinhação, entre outras, que se afirmam como formas de contrariar dispositivos de controlo, rigidificação e previsão da experiência. Em tudo isto uma ideia latente: a que encara a Matéria e a Terra — e todos os seus ritmos, paixões e tumultos — como forças agenciais, radicais e absolutas.
A exposição conta com obras de: Albrecht Dürer, Annie Sprinkle & Beth Stephens, António da Silva, Christine Henry, Francisca Sousa, Igor Jesus, Isabel Cordovil, Jol Thoms, Mariana Gomes, Odete, Paulo Serra, Pedreira, Pedro Moreira, Plastique Fantastique, Rasmus Myrup, Sonja Alhäuser.
29 MAI
– 1 SET 2023
Entrada gratuita
Fidelidade Arte Lisboa
INAUGURAÇÃO (entrada livre)
26 MAI, 22:00 - 00:00
Na inauguração Pedreira fará uma apropriação e releitura da prática ritual e ancestral da queimada galega.
HORÁRIO:
SEG – SEX
11:00 – 19:00
A exposição contém obras com conteúdo sexual explícito, e em acesso direto ao público. Não é permitida a admissão a pessoas menores de idade, exceto quando acompanhadas por responsáveis de educação.
Biografia David Revés
David Revés [1992, PT] é curador independente, escritor e investigador. Vive e trabalha entre Portugal e a Suécia. Tem um mestrado em Estudos Artísticos (FBAUP) e uma pós-graduação em Ciências da Comunicação — Culturas Contemporâneas e Novas Tecnologias (FCSH — UNL). É fundador do Metanoia, um projeto nómada que organizará, a partir de 2024, um programa de exposições, seminários e publicações em torno de narrativas de extinção e linguagens especulativas. Enquanto curador, desenvolveu projetos expositivos para diversas instituições, tais como: Associação Alfaia, Loulé; Fundação DIDAC e Igrexa da Universidade, ambas em Santiago de Compostela; Casa da História Judaica, Elvas; Museu Municipal de Faro; e Galeria Uma Lulik__, Appleton, Fundação Leal Rios, Rua das Gaivotas 6, Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva, Galeria Liminare, Carpintarias de São Lázaro, Casa do Capitão, todas em Lisboa; entre outras. Foi programador e curador da Galeria Painel, Porto, curador residente na Fundação DIDAC, Santiago de Compostela, Espanha, e integrou a equipa curatorial do CINENOVA — Interuniversity Film Festival. Como crítico e investigador colaborou com instituições portuguesas de referência, tais como o Museu Nacional Soares dos Reis, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, BoCA: Biennial of Contemporary Arts, Centro de Arte Oliva, ou ainda o Centre d'art contemporain (CAC) - Meymac, França. Em 2022 organizou a residência “Towards the Planetary” na Associação Alfaia, Loulé, convocando artistas, artesãos, autores e outros curadores em torno do pensamento da natureza, cultura, tecnologia e do Planetário. Desenvolve regularmente uma atividade crítica e ensaística para revistas especializadas, livros de artista, edições académicas, palestras e seminários. Os seus textos foram já publicados na DARDOmagazine [Espanha], Floating Projects [China], ExibartMagazine [Italia], SUMAC Space [Médio Oriente] e BoCA blog [Portugal]. É colaborador regular da revista portuguesa Contemporânea.