Com uma carreira de mais de três décadas, Ryoji Ikeda tem sido um esteta único na eletrónica contemporânea, tanto na música como nas artes visuais. Desde os primeiros trabalhos editados nos anos 90, o músico japonês tem escrito e reescrito a sua própria linguagem, exemplarmente singular, exata e precisa, olhando para as partículas ínfimas do som e da luz como uma espécie de ADN representativo do mundo físico e digital que nos rodeia. Talvez por isso os seus trabalhos tenham crescido, de escala e importância, em museus ou em grandes espaços exteriores, como se o seu universo fosse expansível e redimensionável. E porque falamos de partículas elementares, não é estranho que após 10 anos de interregno, Ikeda volte aos discos a partir de matéria gravada, entre 1989 e 1999, propondo mais uma hipótese e releitura para a sua própria gramática sonora. E melhor que isso, também está finalmente de regresso às salas de concertos, logo vamos poder ouvir e ver ultratronics em todo o seu arrojo musical e visual.