Os lugares assentam em inter-relações, sejam as de proximidade - pois um lugar é uma comunidade -, sejam as que se relacionam com outros lugares. Interações, proximidade e inter-relações são, assim, elementos essenciais sem os quais é difícil falar de lugares, de espaço e de território. Nenhum território é plano. Nem se pinta de uma cor só. Os mapas não serão assim, mas estes desapareceram e foram substituídos por sistemas de georreferenciação. Tornaram-se pequenos recortes cartográficos que não abrangem senão alguns metros à nossa volta. E estão sempre centrados no dispositivo, o qual, por sua vez, está sempre nas mãos de um indivíduo. Já não representam sequer a comunidade, por mais pequena e insignificante que ela possa ser. 

A simplificação gerou injustiça espacial e desigualdades territoriais. Como podemos voltar aos mapas de lugares, de proximidades e de relações? Onde inscrevemos as periferias que há nos centros e os centros que há nas periferias? Regressemos a um mapa de um Portugal inteiro.